sexta-feira, agosto 29, 2003

certo... um post para o fim-de-semana... ok... ok... apesar que fim-de-semana menos pessoas passam por aqui... mas são mais dias... e dias... e dias...

estava pensando muito... Patrícia e Leo me fazem pensar muito... tal a densidade de seus comentários... estava pensando muito nisso e acabei ressucitando outros pensamentos... um pouco mais abstratos... não tão centrados... mas não estou fugindo a algum tema não... a única coisa que este não é o momento... ainda... estou esperando para contar algumas experiências que aconteceram no MIP, em BH... sim... esta história ainda não acabou...

bem... primeiramente, geralmente você aprende que a arte é um reflexo de sua época... está ligado a sua época... vamos pensar, a princípio, assim... pois a arte, ou pelo menos o que há na história da arte, pode ser o reflexo da "ordem dominante" da época (no caso da Idade Média, a Igreja... no renascimento, a burguesia... etc...

que seja, estou querendo falar da arte como um reflexo de sua época, de seu contexto. Para isso (e muita gente hoje não compreende e mesmo se nega a compreender) deve-se aceitar a arte como um produto cultural... ou seja, arte também é cultura. (portanto... arte e vida já estão em total harmonia... a arte faz parte da vida dos seres, etc... isso eu quero falar melhor em outro momento)...

então... pensando hoje... pensando em arte contemporânea... será que a arte contemporânea é reflexo de nossa época!?

parece uma pergunta simples e reles... em que a resposta automática é: claro. Mas a arte é regida por suas forças internas. O que vai se tornar reflexo é o que vai para os livros, é o que faz história. Aqui no Brasil, em artes, pouco se faz história... e há uma sombra... agora há pessoas deveras importantes que durante 10 anos podem sumir e serem apagados da história... fazer história não é somente ser citado... é fazer... e fazer em cultura, é muito... muito...

e sei que pode haver muita gente que fala que arte contemporânea não é um reflexo de nossa realidade pois não é uma arte de domínio popular (infelizmente!), ou mesmo isso pode ser uma hipótese...

ah! sim... talvez nem seja arte contemporânea... pode ser arte atual, também...

mas é certo que a arte, hoje, está muito mais desfragmentada e dispersa pelo mundo. muito mais do já esteve anteriormente.

e que hoje a arte está pode estar muito mais próxima do homem... assim como muito longe... no modernismo, os artistas voltaram-se para a arte... a arte pela arte já diziam os impressionistas... negavam um passado ligado a representação figurativa... mas faziam um novo dentro do velho... ainda arte... e no modernismo o artista tornou-se pobre, não foi mais angariado pela alta sociedade... e eis Van Gogh, e eis Gauguin... e quem era o artista da época... Seurat... que hoje não vangloriado como ambos citados... a história demora... mas vamos voltar a vaca fria... o modernismo voltado a arte... o pós-modernismo até agora... a arte voltada para fora da arte... consumo, percepção, idéia... enfim... política...

é Patrícia... arte e política ainda não chegaram ao Brasil... Vanessa Beecroft é considerada umas das artistas com um discurso feminista acerrado... para o mundo da arte... mas o mundo da arte vive de teorias da arte... arte e política vive de muito mais... antropologia, sociologia, teorias políticas... como Hannah Arendt fala... a política está entre os homens... e quando um termo entra em voga, muita gente aparece dizendo que faz algo... e se o faz, faz muito superficialmente...

sim... não conseguimos dizer que um... Jeff Koons é um reflexo de nosso período... é um reflexo de um consumo estadounidense-estético e olha lá... mas conseguimos ver muitas ações de seres desconhecidos que constroem muito mais... mas é necessário um pensamento sobre a política básica... a relação entre as pessoas... e de pessoas a pessoas... e fora de um sistema vigente... falando para ti: haviam duas possibilidades... reintegração de posse ou assimilização como conteúdo ESTÉTICO... ainda bem que houve a reintegração de posse... assimilar muitas vezes pode ser sinonimo de destruir...

e outro problema com a arte atual é que ela se transformou em linguagem... e não somente estética... ela pode estar no meio da comunicação... é uma nova relação com as pessoas... e acho que por enquanto é só... tenho que ir... continuo... continuo... e até mais!

quinta-feira, agosto 28, 2003


Water Towers, 1980.
Black-and-white photographs mounted on board, 61 7/8 x 49 7/8 inches overall.
Solomon R. Guggenheim Museum, Purchased with funds contributed by Donald Jonas.
81.2793.1-.9.


In 1990 Bernd and Hilla Becher, a husband-and-wife team, received an award at the Venice Biennale. Although photography is their exclusive medium, the prize was granted in another category—sculpture... (continua aqui)
então... lá no MIP... ouve a palestra de um artista... inglês, ou canadense, ou holandês... não recordo... e o cara começou falando que artistas não deveriam falar... e ele era um que tinha um "desprivilégio" de ter que falar...

realmente, depois da tal palestra, entende-se porque ele acha que artista não deveria falar... simplesmente porque ele não falou nada... todas as perguntas ele dava uma desviada e não era nada convincente...

(ex.: ele trabalha com arte e ciência, perguntei sobre um trabalho que se relacionava com a morte, se na pesquisa dele houve abertura para outras ciências, como filosofia, sociologia, questões de moral e ética, etc... como houve e se não houve, o por quê! Ele me respondeu que lia filosofia... somente!)

mas esse início dele é uma questão ainda hoje vigente... que muita gente acha que artista é burro... tem aquele dito popular (ou nem tão popular assim) medieval: burro como um artista... e tem muita gente que têm essa visão...

a questão é que não dá para generalizar, mesmo... mas há artistas e há artistas... que vão de um extremo ao outro. Agora, pensar que o artista não pode ser um intelectual, é um pensamento mais comum do que imaginamos... e sim, quando digo que o artista pode falar não é somente o seu trabalho... mas o falar, escrever, etc, é referente à criação intelectual, mental... um pensamento construtivo...

Donald Judd, Kosuth, Hans Haacke, Hélio Oiticica, etc... muita gente escreveu e com uma densidade de uma visão interna...

quarta-feira, agosto 27, 2003

enfim... consegui encontrar uma imagem... estava difícil...


Jannis Kounellis : Untitled / Dodici Cavalli Livi, Rome; 1969

terça-feira, agosto 26, 2003

quebrado...

pensei que estava melhorando... mas hoje minhas costas deu uma piorada... na verdade o meu lado direito... peitoral direito... bem... que seja... hoje resolveu doer... talvez porque resolveu esfriar... que seja...

isso que dá... inventa cada uma... já me diriam... e eu invento...

e pensando muito em minhas performances... dentro do contexto, como já disse, fez-me pensar muito nisso... acho que o que há de muito particular é a energia que uso... como transformo-a em força... e muito a colocação de meu corpo... uma relação dela com o espaço... e já penso de como, a partir destas matrizes, há dois caminhos, um em direção do público e outro mais particular... claro que performance sempre tem uma relação com o público, mas a primeira linha seria direta, em direção ao público...

bem, quanto ao corpo... ele fica cansado... na Eu e o Público, principalmente... na outra... um pouco quebrado... e assim que penso uma outra performance, coloco meu corpo em risco novamente... não adianta, é a energia de meu corpo... hehehe

(mas estou pensando em fazer uma outra performance... bem mais light e direcionada mais ao público)
então... apareçam lá...

segunda-feira, agosto 25, 2003

então... então...

estou aqui... novamente aqui... e eis que vou começar a falar... começar a falar sobre esta semana... maravilhosa semana... movimento, energia, informação, pensamento... tudo aglutinado... é um festival... não como uma bienal... bienal é para se ver, somente... era a Manifestação Internacional de Performance, onde além de se ver, você era convidado a pensar, discutir, conversar, etc...

e não tinha hierarquia não... eu me inscrevi... não fui convidado... na hora, tudo igual... cada performance com seu espaço e seu horário... cada um com seu peso... o mesmo peso... cada unidade contribuindo para um todo... será que alguém percebeu isto além de mim?

eu estava lá para pensar performance, também... será que alguém também estava!? sim... conheci pessoas que estavam pensando, vendo, etc...

e um grosso resumo... bem grosso e simples... o que até o momento consegui pensar e principalmente visualizar... sabe... sempre perguntam o que é performance... difícil responder... geralmente pensa-se em como é... não somente o que... no entanto, durante o festival parei-me para pensar o que era tudo aquilo que se passava lá... coisas muito diferentes que rodavam em volta de uma palavra: "performance"... de tudo que eu vi e ouvi falar, só consigo pensar uma coisa... performance... é work in progress... talvez: work in process... é o momento... é a sua relação com tal espaço e tempo... é tudo que está dentro e em volta da performance...

processo... processo... e cada um com o seu processo, e cada performer com seu modo de criação... seu modo de linguagem e comunicação... cada um ao seu modo... e o processo ali... durante uma semana...

e eu vi minhas performances dentro deste contexto... e eu consegui ver um pouco do que eu estava contribuindo... de como aquilo se somava a um todo... das especificidades... do pessoal... e do conjunto...

e a partir do fim... em momentos de reflexão... eis que já estou criando uma nova performance... e assim vai...

sexta-feira, agosto 22, 2003

estou lendo os comentários... mas não estou podendo comentá-los... ainda...

correria, último dia do festival... último dia de performances e de muitas discussões reunidas. Agora... agora as discussões vão se descentralizar... agora vai se espalhar...

um primeiro resumo que posso dar, é que, mesmo sendo "pequeno" o festival foi muito grande... foi possível ver uma gama imensa de "gêneros" de performance dentro das artes visuais... muitas coisas... muitas coisas...

e é internacional... são coisas vindo do mundo multicultural, transcultural... há EUAs, US, assim como Indonésia, Índia e Nigéria... há uma visão abrangente... há uma visão do que há... de possibilidades e de trabalhos... um pensamento em movimento aqui... um pensamento constante...

e apresentei a minha performance... aquela, do vídeo... e agradeci e continuo agradecendo muito por terem me pedido para apresentar ao vivo... foi maravilhoso... um feedback do público... durante e depois... ver que houve pessoas que se emocionaram, mesmo...

no início do meu antigo blog eu havia perguntado se alguém já havia se emocionado com um trabalho de artes visuais... eu havia perguntado pois uma amiga havia se emocionado com a minha vídeo-performance... e ontem teve mais gente... o que me deixou muito emocionado, também...

e vamos, e volto (e até que não estou tão quebrado quanto esperava... rs)...

quarta-feira, agosto 20, 2003

eis-me aqui... em BH... quarta-feira e instalaram uns computadores no local do evento.

até o momento, o que tenho a dizer (como relatório parcial)... é que está sendo muito bom... várias coisas... diferente coisas... performances muito diferentes e especiais. Realmente dá para se ter uma idéia do que está acontecendo em performance, no mundo.

Já apresentei a minha performance Eu e o Público (Sem título/Untitled)... creio que foi muito bom... com algumas pessoas que assistiram-na pude ter uma idéia de que foi tudo muito bem... a força, energia, presente...

não estou conseguindo ver todas as performances... perdi algumas... uma pena... e hoje tem mais... amanhã haverá mais uma minha... vamos que vamos...

ah! Léo... gosto muito do Muntadas... também queria ver... e a R.S., esteve em Curitiba, semana passada, falando sobre seu próprio trabalho... não pude ir ver... estava curioso... principalmente depois daqueles nossos papos lá...

e falando sobre isso, conheci àquela garota aqui... ontem rolou umas cervejinhas e bons papos... e houve outros, gente boníssima... estou bem por aqui...]

e mais, e mais... BH é uma cidade louca... trânsito louco... tudo louco... estou começando a achar que gostei...

Andy... só semana que vem...

e vamos que vamos... volto logo, quando puder... abraços à família...

quinta-feira, agosto 14, 2003

Semana que vem estará rolando o Mostra SESC de Artes - Latinidade em Sampa

vocês podem encontrar algumas informações neste link http://www.sescsp.org.br/sesc/revistas/sesc/artigo.cfm?Artigo_ID=2373&cor=x#

bem... o que vou perder, pois estarei em BH, é que neste festival estarão apresentando o grupo argentino Bajo Fondo Tango Club, que faz uma mistura excepcional de músicas latinas, como o tango, com diversas vertentes da música eletrônica, downtempo, drum'n'bass, house, etc.

e também estará se apresentando o, no mínimo, cômico e divertido, Señor Coconut, que eu simplesmente... adoro... hehehe... para quem não o conhece, ele é o mago que consegue transformar tudo em mambo, chachacha, merengue, bolero, etc...
Ele tem um disco que é somente versões latinas de músicas do Kraftwerk... No último disco ele fez a proeza de transformar Michael Jackson e Doors em merengue... assim como Jean Michel Jarre e Deep Purple em Chachacha...

é ótimo!

eis o texto do site:

SR. COCONUT, BAJO FONDO TANGO CLUB E ANVIL FX
(Chile/Alemanha/Venezuela /Dinamarca/Uruguai/Argentina/brasil) Sr. Coconut - Grupo de música eletro-acustica liderado por um alemão radicado no Chile, que faz música latina como a rumba, o mambo e o chachachá. Bajo Fondo Tango Club -Grupo idealizado por Gustavo Santaolalla y Juan Campodónico, que mistura ritmos eletrônicos a sons latinos clássicos. Anvil FX - Grupo brasileiro que fará uma homenagem a Juan Garcia Esquível. R$ 14,00; R$ 7,00 (usuário matriculado). R$ 5,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado e dependentes).
Dia(s) 20/08 Quarta, às 20h30, na Choperia.
SESC Pompéia

quarta-feira, agosto 13, 2003

re-informando:

vou apresentar 2 performances na Manifestação Internacional de Performance...

na terça-feira, dia 19.08, às 16h30... estarei apresentando a minha performance Eu e o Público (assim foi recém intitulada... mas é àquela sem título/untitled)... e

na quinta-feira, dia 21.08, às 16h00... estarei apresentando a minha performance referente a vídeo-performance (ainda sem título) e que você pode ler algo sobre ela aqui.



Manifestação Internacional de Performance
04 - 22 de agosto
Casa do Conde
Belo Horizonte - MG - Brasil

terça-feira, agosto 12, 2003

olha a bíblia que tenho que escrever cada vez que tenho que mandar um arquivo EPS:

Segue em anexo arquivo contendo logomarca da Pastoral da Criança.

O arquivo é do tipo EPS – vetorial, gerado no programa Illustrator e está no padrão de cores CMYK.

Esta extensão você pode abrir em softwares como Illustrator ou Freehand. Você pode inserí-lo dentro de programas de editoração eletrônica como Pagemaker, InDesign e QuarkXpress.

Caso você esteja trabalhando com Corel Draw, você pode importar este arquivo. Quando for importar, escolha a opção Postscript Interpreted... (ao invés do padrão – Encapsuled Postscript), que o Corel importará o arquivo como vetorial.

Qualquer dúvida é só entrar em contato por este e-mail,

atenciosamente

fernando ribeiro


e o pior é que isso é necessário...

sabe que eu pensei duas vezes de botar essa informação acima... olha... a pessoa pode trabalhar anos com Corel Draw e não vai saber importar um arquivo EPS... eu aprendi essa manha acima trampando... necessidade... e pensei duas vezes.. porque sempre pensei duas vezes em contar isso... seria como um segredo meu e tal... mas como meu atual estado de espírito é o de informar e fomentar... taí...
Server work in progress

mesmo assim, eu adoro o haloscan e não troco...

eu ando bem assim... work in progress... mas também in process... em qualquer coisa... indo, indo...

work in progress me lembra o tempo que eu trabalhava na Umuarama Publicidade e Propaganda, house do a falecer Bamerindus... sempre tinha aqueles livros de banco de imagens... e sempre tinha o work in progress ... velhos tempos...
corrido demais... passagens compradas e espero logo voltar...

segunda-feira, agosto 11, 2003

bem... e sexta passada... no Jornal da Globo, passou sobre o evento que falei no post abaixo... bem... a matéria (que você encontra o link aqui) é bem fraquinha... daquele tipo de "jornal da globo"... nada profundo, nada informativo... somente uma curiosidade... apresentada pela Ana Paula Padrão, então... perfeito! rs...

Mas ali já se sabe que tem nome o negócio... Mob Project (abrasileirado pelo JG como Projeto Multidão)... isso quer dizer que tem um planejamento, uma organização... é um projeto... algo típico da arte contemporânea... e que surgiu, mesmo, na década de 70... instruções passadas por escrito... texto e ação... temos aqui uma união de happening e arte conceitual.

Apesar da matéria ser péssima foi muito bom ver o povo fazendo aquilo... hehehe... melhores informações no link do post abaixo mesmo... a matéria da Reuters é melhor...

sexta-feira, agosto 08, 2003

e ressucitaram o happening!!! heheh... que ótimo...

dica da mustang... como sempre, ela...

e continuando... made in ICQ:

happening?
Fernando Ribeiro [16:35] :sim... é um evento pré-performance... da década de 60... que tinha toda essa estória em que público, artista e obra não tinham distinção... eram eventos coletivos e que tinham certas instruções... hehehehe... foi um negócio super datado, pois logo a performance surgiu... hehehe... antes deles, tinham os artistas futuristas e os dadaístas, nas primeiras 2 décadas do século passado... que faziam eventos, ou 'soirés'... como chamavam, mas era mais voltado contra o público... de agressão ao público... hehehe

Allan Kaprow foi quem intitulou de Happening(*)... onde o principal era a participação do público como parte da obra... teoricamente não havia distinção entre artista, público e obra... sendo que todos participavam e eram componentes de um happening. O principal grupo era o Fluxus, do qual já falei alguma coisa por aqui.

Os primeiros eventos happenings surgem lá pelo fim da década de 50... a performance já surge em meados da década de 60... a diferença primordial é que o artista, na performance, volta a ser o indivíduo principal... volta a ter separação entre artista e público, e a "obra performática" está mais concentrada no artista.

então... saber que o happening voltou e revisto, voltado mais para uma certa ironia e diversão (sendo que nos happenings da década de 60 tinha mais uma intenção de unir arte e vida)... provocação leve... alegra-me muito...

um pouco sobre happening eu falei no post sobre o hermann nitsch de 17.06.2003.

(*) Allan Kaprow fala de uma progressão linear, dentro de seu trabalho, que vai culminar no happening. Ele fala de como possibilitava em suas assemblages (uma mistura de pintura com objetos, e que para mim os melhores nisso eram o Jasper Johns e o Jim Dine) uma participação do público... de como que a ele, isso interessava muito. Foi um passo para ele passar da assemblage para o environment. Que seria um "envoltório"... ainda não uma instalação, mas algo produzido no espaço e que envolvesse o público, de forma que pudessem interagir... e o pulo para o happening foi do environment... da interação com o público passar do espaço diretamente para uma relação artista-público...
bem... como poucos comentam... e ninguém pediu... eis o registro de minha vídeo-performance... que irei apresentar ao vivo lá em BH, na quinta...
então... mais um projetinho aí... mais uma festa, mais diversão, mais música eletrônica:

quinta-feira, agosto 07, 2003

então... agora oficialmente... estou prorrogando minha performance do dia 30 em São Paulo... prorrogando para final de setembro.

pelo seguinte motivo... vou apresentar 2 performances na Manifestação Internacional de Performance...

na terça-feira, dia 19.08, às 16h30... estarei apresentando a minha performance Eu e o Público (assim foi recém intitulada... mas é àquela sem título/untitled)... e

na quinta-feira, dia 21.08, às 16h00... estarei apresentando a minha performance referente a vídeo-performance (ainda sem título) e que você pode ler algo sobre ela aqui.

nunca a apresentei ao público e ao vivo...... essa vai ser a primeira vez. Portanto... apareça por lá!!!

Manifestação Internacional de Performance
04 - 22 de agosto
Casa do Conde
Belo Horizonte - MG - Brasil
gosto muito do trabalho desta performer... é alguém que pretendo estudar melhor...

gosto especialmente deste trabalho

headed south - jill orr
o papo de hoje, na net... é que o Roberto Marinho morreu, falaceu, bateu as botas, etc... não visitei nenhum blog até agora... mas já estou vendo, menções honrosas... ou nem tão honrosas assim...

e gostei do termo utilizado em no mínimo, pelo Pedro Doria... o último imperador...

e quando um imperador cai... sabe como é... sempre vem o caos depois... hehehe...

o negócio são as ações... as ações...

e falando em ação... ação mesmo será no MIP...

quarta-feira, agosto 06, 2003

humm... estou esperando resposta... mas acho que vou mesmo prorrogar a minha perfomance em Sampa... sim...

tenho que me concentrar mais na Manifestação Internacional de Performance... ver datas, ida e como me virar por lá...

e daí, vamos a Belo Horizonte!?

terça-feira, agosto 05, 2003

então... tenho um apelo público a fazer... quase uma campanha... vamos largar os softwares dos infernos... por favor...

se você, pretende se profissionalizar na área gráfica, design, publicidade ou mesmo em jornalismo... ou qualquer área que se relacione com diagramação, arte-final, direção de arte, etc... peloamordemeusfilhinhos: NÃO USEM OS SOFTWARES DOS INFERNOS! Se forem usar... usem para o que eles servem...

Ah! querem saber quais são os tais... bem, cito 2 que sempre estão me assombrando: Corel Draw e Pagemaker... se puderem evitar... perfeito... estarão fazendo um bem para a humanidade...

agora, não me venham com desculpas do tipo: "são os softwares que dominam o mercado, que todo mundo tem e blá, blá, blá"... que hoje... tudo isso é balela... em tudo quanto é lugar tem tudo quanto é tipo de software... e tem extensões que podem ser importadas/exportadas numa boa...

então... primeiramente... as opções "do bem": no lugar do Corel Draw: Illustrator (Adobe) ou Freehand (Macromedia)... e no lugar do Pagemaker: QuarkXpress (Quark) ou InDesign (Adobe)...

estes são softwares realmente profissionais... e muito mais fáceis que os outros acima citados...

mas... se você é um pecezeiro-cabeça-dura que só quer usar as coisas "do mal"... peloamordemeusfilhinhos... use para o que serve o software... não me vá diagramar folhetos, livros, revistas, ou qualquer coisa que tenha textos no Corel Draw... que ele é uma ferramenta vetorial, para ilustração e não para editoração eletrônica... seja esperto e use aquele seu pagemaker que é para isso que ele serve... por pior que seja... entendido!?

segunda-feira, agosto 04, 2003

para quem gostou do texto publicado mais abaixo, eis mais um trecho, no entanto, não tão divertido, mas muito bom. Para minhas pesquisas e entendimento... ótimo texto... para vocês que realmente gostaram do outro texto, guardem um tempinho para ler este, pois é longo e um tanto denso...

'A hostilidade com o público é uma das principais diretrizes do modernismo, e os artistas podem ser classificados conforme seu engenho, estilo e profundidade. Assim como alguns temas óbvios, esse foi ignorado. (É impressionante como tantos historiadores modernistas arremedam a sombra do curador do artista, fazendo o trânsito desviar-se da obra.) Essa hostilidade está longe de ser insignificante e comodista - embora tenha sido ambas as coisas. Pois por meio dela trava-se um conflito ideológico de valores - da arte, dos modos de vida que a rodeiam, da matriz social em que ambos se inserem. Depreende-se facilmente a semiologia recíproca do ritual de hostilidade. Cada lado - o público e o artista - não é tão livre para romper certos tabus. O público não pode enlouquecer, isto é, transformar-se em filisteus. Sua ira deve ser sublimada, já uma espécie de pré apreciação. Ao cultivar o público com hostilidade, a vanguarda deu-lhe a oportunidade de superar a afronta e exercitar a vingança. A arma da vingança é a seleção. A rejeição, de acordo com o roteiro tradicional, nutre o masoquismo, o sentimento de injustiça e a ira do artista. Gera-se a energia suficiente para que tanto o artista quanto o público achem que estão cumprindo seus papéis sociais. Cada qual permanece claramente fiel ao conceito que o outro tem de seu papel - o elo mais forte do relacionamento. Lançamentos bons e ruins são rebatidos de um lado para o outro numa charada social que oscila entre a tragédia e a farsa. Há uma troca de passes ruim que é fundamental: o artista tenta convencer o colecionador de sua obtusidade e insensibilidade - facilmente projetadas no material de qualquer um a ponto de querê-lo -, e o colecionador o encoraja a expor sua irresponsabilidade Uma vez que se dê ao artista o papel insignificante da criança autodestrutiva, ele pode distanciar-se da arte que produz. Suas crenças radicais são interpretadas como os maus modos esperados pelos negociantes supremos. A zona militarizada entre o artista e o colecionador está cheia de guerrilheiros, enviados, espiões duplos, mensageiros, e ambos dominam facções com vários disfarces enquanto servem de mediadores entre princípios e dinheiro.

Em seu lado mais sério, a relação artista-público pode ser interpretada como o teste da ordem social por meio de propostas radicais e com a assimilação completa dessas propostas pela estrutura de apoio - galerias, museus, colecionadores, até revistas e críticos das instituições -, desenvolvida para permutar o sucesso pela anestesia ideológica. O principal meio dessa assimilação é o estilo, um constructo social estabilizador, se é que já houve algum. O estilo artístico, seja qual for sua natureza milagrosa e determinante, equivale à etiqueta social. É uma virtude consolidada que estabele um senso de localização e portanto é indispensável para a ordem social. Aqueles que pensam que a arte avançada não tem relevância contemporânea ignoram que ela tem sido um crítico sutil e incansável da ordem social, sempre experimentando, fracassando em meio aos rituais do sucesso, tendo sucesso em meio aos rituais do fracasso. Esse diálogo artista-público proporciona uma boa definição do tipo de sociedade que construímos. Cada arte concedeu licença a um estabelecimento, onde ela se acomodou à estrutura social e às vezes a confrontou - sala de concertos, galeria de teatro.

(...)

Com o pós-modernismo, artista e público ficaram mais semelhantes. A clássica hostilidade é atenuada, quase sempre, pela ironia e pela farsa. Ambos os lados mostram-se bastante vulneráveis ao contexto, e as ambigüidades resultantes empanam o discurso deles. A galeria comprova isso. Na era clássica em que artista e público estavam polarizados, a galeria manteve seu status quo abafando as próprias contradições com os imperativos socioestéticos prescritos. Para muitos de nós, o recinto da galeria ainda emana vibrações negativas quando caminhamos por ele. A estética é transformada numa espécie de elitismo social - o espaço da galeria é exclusivo. Isolado em lotes de espaço, o que está exposto tem a aparência de produto, jóia ou prataria valiosos e raros: a estética é tranformada em comércio - o espaço da galeria é caro. O que ele contém, se não se tem iniciação, é quase incompreensível - a arte é difícil. Público exclusivo, objetos raros difíceis de entender - temos aí um esnobismo social, financeiro e intelectual que modela (e na pior das paródia) nosso sistema de produção limitada, nosso modo de determinar o valor, nossos costumes sociais como um todo. Nunca existiu um local feito para acomodar preconceitos e enaltecer a imagem da classe média alta, sistematizado com tanta eficiência.

ibid, 81-85.

um pouco de organização...

acho que é isto que está me faltando... pelo menos para ter uma visualização melhor para os meus afazeres... digo isso, porque sou desorganizado... não totalmente... mas em alguns sentidos... exemplo é a minha mesa de trabalho... o Rafael pode comprovar isso... hehehe... mas em muito necessito deste caos... chamo-o (como todo bagunceiro chama) de caos organizado...

mas no meio de tantos afazeres... preciso me organizar... listar direito o que preciso fazer... vamos ver
1. terminar o resumo para o Seminário
2. ligar para o conserto do video-cassete
3. ligar para BH, para confirmar hotel
4. ligar para Sampa, para confirmar data
5. escrever release para performance em Sampa e enviá-lo
6. ampliar fotos da oficina de performance
7. finalizar "beuysandolando"
8. fazer slides de obras para o Seminário
9. montar grupo para performance
10. fazer algumas modificações na ementa do Curso de Extensão em Performance
11. finalizar flyer da Dróidz
12. divulgar Dróidz

etc... etc... etc...

espero em 2 dias matar pelo menos metade disso aí... hehehe
leiam isso aqui:

'Não seria possível ensinar o modernismo às crianças como uma série de fábulas de Esopo? Seria mais memorável do que a apreciação da arte. Pense em fábulas como "Quem Matou a Ilusão" ou "Como a Borda se Rebelou contra o Centro". "O Homem que Violou a Tela" viria depois de "Onde Foi Parar a Moldura?" Seria fácil chegar às morais: imagine " O Empaste Evanescente que Escorreu - e Depois Voltou e Ficou Gorduroso". E como contaríamos a história da pequena Superfície Pictórica que cresceu e se tornou tão malvada? Como ela despejou todo mundo, inclusive o Pai Perspectiva e a Mãe Espaço, que criaram filhos legítimos tão bacanas e abandonaram apenas esse fruto horrendo de um caso incestuoso, chamado Abstração, que desprezou a todos, entre os quais - mais tarde - suas amigas Metáfora e Ambigüidade; e como a Abstração e a Superfície Pictórica, unha e carne, ficaram enxotando um moleque persistente chamado Colagem, que não desistia nunca.'

O'DOHERTY, B. No interior do cubo branco: a ideologia do espaço da arte. São Paulo: Martins Fontes, 2002. p. 31

bem... eu, simplesmente, adorei isso...
então... então... muita gente lendo isso daqui... o que é muito bom... parentes então... também... o que é muito bom...

olhe... logo, logo... livros novos... novos livros... muitas coisas boas...

e me preparando para BH...

e fim-de-semana de leituras, família e programas televisivos absurdos... pelo menos para mim...

mas tudo dentro da sua medida...

sexta-feira, agosto 01, 2003

então... vai rolar o Seminário de Artes, na semana do dia 25.08... e estou juntando forças para que dê tudo certo para a Wicca vir apresentar o seu trabalho!!!

Portanto... Wicca... veeeeeenha!!!


e depois eu volto!!!