no momento tudo aqui está parado devido a sérios problemas de saúde na família...
assim que aliviar a barra, eu volto...
abraços!
terça-feira, março 23, 2004
quarta-feira, março 17, 2004
e no meio da correria... vamos avisando...
o Festival de Teatro de Curitiba está aí... hoje tem a abertura oficial na Ópera de Arame... estarei lá fazendo o lounge...
a Janaína estará por aqui com uma peça... quero ver se apareço!
e além do Festival e da mostra Fringe... há também diversos eventos que acontecem na cidade... aproveitando toda a movimentação do Festival... e eis um deles:
CRONOGRAMA
Ofélias/ A-VOID-ING (performance continuum)
Texto e direção: Margie G. Rauen
Atriz/performer: Patrícia Kammis
Local: Casa Andrade Muricy, pavimento térreo
Entrada pela Alameda. Dr. Muricy 915
Ingressos para classe e FAP: R$5,00
Quantidade máxima de pessoas por apresentação: 30 (trinta)
19/03, 6a Ensaio aberto - 18:00
21/03, dom. Estréia - 12:00
23/03, 3a 02 apresentações - 17:30 e 18:00
24/03, 4a 02 apresentações - 15:00 e 15:30
25/03, 5a 02 apresentações - 17:30 e 18:00
26/03, 6a 02 apresentações - 15:00 e 15:30
27/03, sáb. 02 apresentações - 17:30 e 18:00
28/03, dom. 01 apresentação - 12:30
p.s. estarei em todas as apresentações dessa performance... pois estou dando uma força técnica quanto ao som...
o Festival de Teatro de Curitiba está aí... hoje tem a abertura oficial na Ópera de Arame... estarei lá fazendo o lounge...
a Janaína estará por aqui com uma peça... quero ver se apareço!
e além do Festival e da mostra Fringe... há também diversos eventos que acontecem na cidade... aproveitando toda a movimentação do Festival... e eis um deles:
CRONOGRAMA
Ofélias/ A-VOID-ING (performance continuum)
Texto e direção: Margie G. Rauen
Atriz/performer: Patrícia Kammis
Local: Casa Andrade Muricy, pavimento térreo
Entrada pela Alameda. Dr. Muricy 915
Ingressos para classe e FAP: R$5,00
Quantidade máxima de pessoas por apresentação: 30 (trinta)
19/03, 6a Ensaio aberto - 18:00
21/03, dom. Estréia - 12:00
23/03, 3a 02 apresentações - 17:30 e 18:00
24/03, 4a 02 apresentações - 15:00 e 15:30
25/03, 5a 02 apresentações - 17:30 e 18:00
26/03, 6a 02 apresentações - 15:00 e 15:30
27/03, sáb. 02 apresentações - 17:30 e 18:00
28/03, dom. 01 apresentação - 12:30
p.s. estarei em todas as apresentações dessa performance... pois estou dando uma força técnica quanto ao som...
quarta-feira, março 10, 2004
o homem é um termo abstrato...
como diria Hannah Arendt: (...) Deus criou 'o' homem, os homens são um produto humano mundano, e produto da natureza humana. A filosofia e a teologia sempre se ocupam 'do' homem, e todas as suas afirmações seriam corretas mesmo se houvesse um homem, ou apenas dois homens, ou apenas homens idênticos. (...) Mais ainda: para todo o pensamento científico existe apenas 'o' homem - na biologia ou na psicologia, na filosofia e na teologia, da mesma forma como para a zoologia só existe 'o' leão. Os leões seriam, no caso, uma questão que só interessaria aos leões. (ARENDT, H. O que é política? Rio de Janeiro: Bertrand do Brasil, 1999. p 21)
o homem - sexo masculino - é um ser de grande potencial para abstração... abstrair é com ele mesmo...
na arte, percebe-se facilmente isso quando o corpo se transforma em tema... é em meados da década de 60 que surge o que foi intitulado Body Art. Os artistas do corpo trabalham sobre seu próprio corpo como material, ao mesmo tempo em que o corpo também é tema, pesquisa e experimentação. Para a performance, a body art adicionou a possibilidade do uso do corpo como meio de expressão, no entanto, que não se fecha nele mesmo.
E é quando o corpo se transforma em tema que a diferenciação homem/abstrato e mulher/específico fica mais clara. Pois toda vez que o homem fala em 'o homem', pensa-se num ser humano geral, generalizado, senão transcendental. Mesmo a mulher, sempre retratada sob a ótica masculina, é uma mulher ideal, dentro dos padrões vigentes na época. Isto se não for a soma de diversas mulheres.
Pois bem, através da body art, os artistas (em geral) tomam o corpo num sentido de desmitificá-lo, mostrá-lo como o é. Mas é com as artistas mulheres, principalmente com a arte feminista, que o corpo é retirado de um pedestal idealista e tratado como um tema concreto. O corpo da mulher sempre foi visto (por olhos masculinos) como um objeto de desejo e, em geral, o uso deste corpo sempre foi voltado a sedução ou a procriação. Ao se voltar ao corpo, a mulher está extraindo todo um pensamento de uso de seu corpo, de um corpo utilitário, e talvez ela esteja descobrindo pela primeira vez o que realmente é o seu corpo, que não seja através de um pensamento masculino.
Ao tratar o corpo, o artista homem o trata, geralmente*, como corpo, simplesmente... o corpo do ser humano, um corpo geral ou um corpo biológico. A potência do corpo, o alcance do corpo, o corpo como possibilidade.
Já a artista mulher, ao tratar do corpo, fala do corpo feminino, real e concreto, único e diferente de qualquer corpo, diferente mesmo de outro corpo feminino. O corpo cru, extraído de qualquer fator estético previamente imposto.
* p.s. considero uma excessão os Cremasters de Matthew Barney por tocar em muitas questões relacionadas ao corpo e a sexualidade masculina!
Bem... sobre a questão do corpo, gostaria de fazer o paralelo entre dois artistas, de certo modo para ilustrar o que escrevi acima e para marcar um pouco mais essas diferenciações.
Orlan
Stelarc
Primeiramente, vamos falar das similaridades... ambos são contemporâneos... geração 70. Ela é francesa, ele australiano (ou seja, fora do centro comercial da arte: Nova York). Ambos iniciam explorando o próprio corpo e logo se dirigem às novas tecnologias.
Bem, Stelarc parte da exploração do próprio corpo. Através da suspensão (que hoje pode se considerar bem popular). Partindo para as novas tecnologias, ele vai trabalhar com a robótica. Procurando extender do corpo, caminhando em direção além do corpo. Bem... para resumir, nada como utilizar a sua própria frase/síntese: The body is obsolete (O corpo é obsoleto).
Orlan é uma artista feminista. Trabalha com performances e opera, a princípio, dentro do sistema da arte, através e contra seus signos já construídos e impostos. Como exemplo esta releitura de Courbet:
Courbet, Gustave
A Origem do Mundo / L'Origine du monde - 1866
Oil on canvas - 18 1/8 x 21 5/8 in. (46 x 55 cm)
Musee d'Orsay, Paris
e
Orlan
L'Origine de la guerre (deuxième version) - 1989
55 x 46 cm
EXEMPLAIRE(S) : 8
Assim como Stelarc, em certo momento Orlan começou a trabalhar com novas tecnologias. Após uma cirurgia plástica necessária ela fez o vínculo com o seu trabalho e começou o que pode ser considerado um dos trabalhos mais potentes, em termos de significado e imagem, da arte contemporânea.
A partir da cirurgia plástica, ela transforma sua própria face. Une todas as imagens já produzidas pelo ser masculino em seu rosto. Cria novas imagens, manipula todos os sentidos do que é considerado o feminino num mundo masculino. E um feminino específico, seu rosto, sua face, seu corpo. Ela derruba com toda relação de identidade ligada a imagem, a face que expressa um carater. Não há mais imaculado, corpo, face.
É uma operação no seu próprio eu, relacionado ao seu corpo, ao universo do seu corpo, corpo este feminino. Algo preciso e concreto, imagem, carne crua, nada abstraída, nada dispersa num 'ser universal'. Uma operação simples que atinge de modo abrupto as mais diversas esferas sociais e intelectuais do que pode ser considerado universal.
Aqui perde-se o sentido do termo "o homem", ou mesmo "o corpo".
Em Stelarc o pensamento já se inicia como algo abstrato, o corpo é abstrato e praticamente comum a todo mundo, ou seja, todos os corpos são obsoletos, o meu e o teu, inclusive. Na Orlan, o corpo é real, como o é. O corpo, seu corpo único e diferente de todos. E é a partir dele, corpo que somente a ela pertence, que somente ela domina, que é um material real, é a partir dele que se forma um pensamento que se reflete nas mais diversas discussões contemporâneas, seja arte, seja cirugia plástica ou seus efeitos sobre a sociedade.
É mais ou menos o que o feminismo fez e está fazendo com a arte, partindo de um eu único, partindo da excessão, tratando de questões que para um ser abstrato-universal geralmente não existem, reinvidicando o que é seu por direito, o feminino, universo feminino.
(e continua...)
como diria Hannah Arendt: (...) Deus criou 'o' homem, os homens são um produto humano mundano, e produto da natureza humana. A filosofia e a teologia sempre se ocupam 'do' homem, e todas as suas afirmações seriam corretas mesmo se houvesse um homem, ou apenas dois homens, ou apenas homens idênticos. (...) Mais ainda: para todo o pensamento científico existe apenas 'o' homem - na biologia ou na psicologia, na filosofia e na teologia, da mesma forma como para a zoologia só existe 'o' leão. Os leões seriam, no caso, uma questão que só interessaria aos leões. (ARENDT, H. O que é política? Rio de Janeiro: Bertrand do Brasil, 1999. p 21)
o homem - sexo masculino - é um ser de grande potencial para abstração... abstrair é com ele mesmo...
na arte, percebe-se facilmente isso quando o corpo se transforma em tema... é em meados da década de 60 que surge o que foi intitulado Body Art. Os artistas do corpo trabalham sobre seu próprio corpo como material, ao mesmo tempo em que o corpo também é tema, pesquisa e experimentação. Para a performance, a body art adicionou a possibilidade do uso do corpo como meio de expressão, no entanto, que não se fecha nele mesmo.
E é quando o corpo se transforma em tema que a diferenciação homem/abstrato e mulher/específico fica mais clara. Pois toda vez que o homem fala em 'o homem', pensa-se num ser humano geral, generalizado, senão transcendental. Mesmo a mulher, sempre retratada sob a ótica masculina, é uma mulher ideal, dentro dos padrões vigentes na época. Isto se não for a soma de diversas mulheres.
Pois bem, através da body art, os artistas (em geral) tomam o corpo num sentido de desmitificá-lo, mostrá-lo como o é. Mas é com as artistas mulheres, principalmente com a arte feminista, que o corpo é retirado de um pedestal idealista e tratado como um tema concreto. O corpo da mulher sempre foi visto (por olhos masculinos) como um objeto de desejo e, em geral, o uso deste corpo sempre foi voltado a sedução ou a procriação. Ao se voltar ao corpo, a mulher está extraindo todo um pensamento de uso de seu corpo, de um corpo utilitário, e talvez ela esteja descobrindo pela primeira vez o que realmente é o seu corpo, que não seja através de um pensamento masculino.
Ao tratar o corpo, o artista homem o trata, geralmente*, como corpo, simplesmente... o corpo do ser humano, um corpo geral ou um corpo biológico. A potência do corpo, o alcance do corpo, o corpo como possibilidade.
Já a artista mulher, ao tratar do corpo, fala do corpo feminino, real e concreto, único e diferente de qualquer corpo, diferente mesmo de outro corpo feminino. O corpo cru, extraído de qualquer fator estético previamente imposto.
* p.s. considero uma excessão os Cremasters de Matthew Barney por tocar em muitas questões relacionadas ao corpo e a sexualidade masculina!
Bem... sobre a questão do corpo, gostaria de fazer o paralelo entre dois artistas, de certo modo para ilustrar o que escrevi acima e para marcar um pouco mais essas diferenciações.
Orlan
Stelarc
Primeiramente, vamos falar das similaridades... ambos são contemporâneos... geração 70. Ela é francesa, ele australiano (ou seja, fora do centro comercial da arte: Nova York). Ambos iniciam explorando o próprio corpo e logo se dirigem às novas tecnologias.
Bem, Stelarc parte da exploração do próprio corpo. Através da suspensão (que hoje pode se considerar bem popular). Partindo para as novas tecnologias, ele vai trabalhar com a robótica. Procurando extender do corpo, caminhando em direção além do corpo. Bem... para resumir, nada como utilizar a sua própria frase/síntese: The body is obsolete (O corpo é obsoleto).
Orlan é uma artista feminista. Trabalha com performances e opera, a princípio, dentro do sistema da arte, através e contra seus signos já construídos e impostos. Como exemplo esta releitura de Courbet:
Courbet, Gustave
A Origem do Mundo / L'Origine du monde - 1866
Oil on canvas - 18 1/8 x 21 5/8 in. (46 x 55 cm)
Musee d'Orsay, Paris
e
Orlan
L'Origine de la guerre (deuxième version) - 1989
55 x 46 cm
EXEMPLAIRE(S) : 8
Assim como Stelarc, em certo momento Orlan começou a trabalhar com novas tecnologias. Após uma cirurgia plástica necessária ela fez o vínculo com o seu trabalho e começou o que pode ser considerado um dos trabalhos mais potentes, em termos de significado e imagem, da arte contemporânea.
A partir da cirurgia plástica, ela transforma sua própria face. Une todas as imagens já produzidas pelo ser masculino em seu rosto. Cria novas imagens, manipula todos os sentidos do que é considerado o feminino num mundo masculino. E um feminino específico, seu rosto, sua face, seu corpo. Ela derruba com toda relação de identidade ligada a imagem, a face que expressa um carater. Não há mais imaculado, corpo, face.
É uma operação no seu próprio eu, relacionado ao seu corpo, ao universo do seu corpo, corpo este feminino. Algo preciso e concreto, imagem, carne crua, nada abstraída, nada dispersa num 'ser universal'. Uma operação simples que atinge de modo abrupto as mais diversas esferas sociais e intelectuais do que pode ser considerado universal.
Aqui perde-se o sentido do termo "o homem", ou mesmo "o corpo".
Em Stelarc o pensamento já se inicia como algo abstrato, o corpo é abstrato e praticamente comum a todo mundo, ou seja, todos os corpos são obsoletos, o meu e o teu, inclusive. Na Orlan, o corpo é real, como o é. O corpo, seu corpo único e diferente de todos. E é a partir dele, corpo que somente a ela pertence, que somente ela domina, que é um material real, é a partir dele que se forma um pensamento que se reflete nas mais diversas discussões contemporâneas, seja arte, seja cirugia plástica ou seus efeitos sobre a sociedade.
É mais ou menos o que o feminismo fez e está fazendo com a arte, partindo de um eu único, partindo da excessão, tratando de questões que para um ser abstrato-universal geralmente não existem, reinvidicando o que é seu por direito, o feminino, universo feminino.
(e continua...)
terça-feira, março 09, 2004
séculos e séculos de arte ocidental... séculos e séculos e séculos se passaram... e a arte sempre foi de domínio masculino... pior... de poucos homens... assim como sempre ouvimos falar dos mestres... em geral, somente havia eles mesmo... pensando em toda uma história da arte... os artistas sempre foram homens... e muito poucos...
a um pouco a mais de um século as coisas começaram a mudar... começaram a aparecer diversos e diversos artistas... proliferar a arte... o que era algo de elite tomou as ruas... literalmente... época do impressionismo... e ainda... homens...
e o que, em geral, sempre foi retratado em pinturas (além, claro, de reis, côrtes, políticos, etc.): mulheres...
portanto, todo o ícone de imagens da mulher... pré-fotografia, foi criado por homens... (o que ainda continua hoje com as 'mulheres-cerveja'!)
mas bem... voltanto à arte... a pouco mais de um século a arte praticamente se popularizou... ou se for pensar como um marxista, se dilui entre classes, ou coisas do tipo... e há apenas 40, 50 anos a mulher teve autonomia na arte. Ou seja, as artistas mulheres só ganharam espaço no mundo/mercado/história da arte a... 30 anos!? E Frida Kahlo era uma excessão na sua época... como o era Tina Modoti?
A questão que é principalmente após fins da década de 50 que a mulher começar realmente a ganhar espaço... pois reinvidicar já o fazia antes... (e o ainda faz até hoje)... mas é na década de 60 que há força... a década da mudança... política, principalmente...
algo extremamente começara a surgir... algo que em muitos níveis ainda não chegou no Brasil... ou seja, a Arte e Política... que na realidade surge a partir do feminismo... Porque a política aqui... não é a política dos políticos profissionais, mas sim do bios politikos (vide Hannah Arendt). Os negros, que também começam a ganhar grande espaço a partir da década de 60, só terão espaço na arte a partir da década de 80.
E é a partir da década de 60 que as mulheres começam a operar algo que pode ser considerado como Arte e Feminismo. Vale lembrar que o feminismo, como pensamento, tem seu início datado a partir da década de 70. Pré-70s, não há um pensamento auto-intitulado Feminista (e sobre isto, vale a pena conferir o seguinte texto: COLLIN; F. Diferença e diferendo: a questão das mulheres na filosofia. In: DUBY, G. PERROY, M. (Org.) História das Mulheres no Ocidente: O século XX. Vol 5. Porto: Afrontamentos, 1991. p. 315-349)
bem... a questão é que ao confrontarem um sistema que sempre fora masculino, as mulheres, na arte, começam a requisitar o que sempre foi seu por direito, ou seja, a imagem feminina. E os novos meios de expressão nas artes visuais, possibilitaram com que as mulheres pudessem tocar temas como corpo, sexualidade, diferença, discriminação de um modo mais preciso e direto. E um desses meios foi (e ainda é) a performance...
Shigeko Kubota
Vagina Painting, 1965
Eu já havia mostrado esse trabalho por aqui... mas não havia dito algo sobre ele. Esta é uma ação ocorrida no festival Perpetual Fluxfest, em Nova York. O nome da ação já diz tudo, claro que a ação deve ter dito muito mais. Mas este é um exemplo de como as mulheres, dentro de um sistema da arte, reividicam sua posição. O método da pintura é praticamente o mesmo de Jackson Pollock (vale lembrar que antes dele praticamente ninguém pintava no chão) ao mesmo tempo que une com as pinturas de Yves Klein, em que ele usava mulheres nuas como pincéis vivos.
O que fica claro aqui, é que não bastou a mulher se inserir num sistema, foi necessário reinvidicar algo que já a pertencia e isto tendo que ser feito partindo de um referencial da história da arte, recobrando o feminino que fora usado anteriormente... para si, agora.
p.s. continuarei na sequência... com mais trabalhos...
a um pouco a mais de um século as coisas começaram a mudar... começaram a aparecer diversos e diversos artistas... proliferar a arte... o que era algo de elite tomou as ruas... literalmente... época do impressionismo... e ainda... homens...
e o que, em geral, sempre foi retratado em pinturas (além, claro, de reis, côrtes, políticos, etc.): mulheres...
portanto, todo o ícone de imagens da mulher... pré-fotografia, foi criado por homens... (o que ainda continua hoje com as 'mulheres-cerveja'!)
mas bem... voltanto à arte... a pouco mais de um século a arte praticamente se popularizou... ou se for pensar como um marxista, se dilui entre classes, ou coisas do tipo... e há apenas 40, 50 anos a mulher teve autonomia na arte. Ou seja, as artistas mulheres só ganharam espaço no mundo/mercado/história da arte a... 30 anos!? E Frida Kahlo era uma excessão na sua época... como o era Tina Modoti?
A questão que é principalmente após fins da década de 50 que a mulher começar realmente a ganhar espaço... pois reinvidicar já o fazia antes... (e o ainda faz até hoje)... mas é na década de 60 que há força... a década da mudança... política, principalmente...
algo extremamente começara a surgir... algo que em muitos níveis ainda não chegou no Brasil... ou seja, a Arte e Política... que na realidade surge a partir do feminismo... Porque a política aqui... não é a política dos políticos profissionais, mas sim do bios politikos (vide Hannah Arendt). Os negros, que também começam a ganhar grande espaço a partir da década de 60, só terão espaço na arte a partir da década de 80.
E é a partir da década de 60 que as mulheres começam a operar algo que pode ser considerado como Arte e Feminismo. Vale lembrar que o feminismo, como pensamento, tem seu início datado a partir da década de 70. Pré-70s, não há um pensamento auto-intitulado Feminista (e sobre isto, vale a pena conferir o seguinte texto: COLLIN; F. Diferença e diferendo: a questão das mulheres na filosofia. In: DUBY, G. PERROY, M. (Org.) História das Mulheres no Ocidente: O século XX. Vol 5. Porto: Afrontamentos, 1991. p. 315-349)
bem... a questão é que ao confrontarem um sistema que sempre fora masculino, as mulheres, na arte, começam a requisitar o que sempre foi seu por direito, ou seja, a imagem feminina. E os novos meios de expressão nas artes visuais, possibilitaram com que as mulheres pudessem tocar temas como corpo, sexualidade, diferença, discriminação de um modo mais preciso e direto. E um desses meios foi (e ainda é) a performance...
Shigeko Kubota
Vagina Painting, 1965
Eu já havia mostrado esse trabalho por aqui... mas não havia dito algo sobre ele. Esta é uma ação ocorrida no festival Perpetual Fluxfest, em Nova York. O nome da ação já diz tudo, claro que a ação deve ter dito muito mais. Mas este é um exemplo de como as mulheres, dentro de um sistema da arte, reividicam sua posição. O método da pintura é praticamente o mesmo de Jackson Pollock (vale lembrar que antes dele praticamente ninguém pintava no chão) ao mesmo tempo que une com as pinturas de Yves Klein, em que ele usava mulheres nuas como pincéis vivos.
O que fica claro aqui, é que não bastou a mulher se inserir num sistema, foi necessário reinvidicar algo que já a pertencia e isto tendo que ser feito partindo de um referencial da história da arte, recobrando o feminino que fora usado anteriormente... para si, agora.
p.s. continuarei na sequência... com mais trabalhos...
segunda-feira, março 08, 2004
E hoje é o Dia Internacional da Mulher, sim... por que elas merecem isso... e muito mais... porque o mundo é machista, racista e preconceituoso...
e para leitura: a coluna de Carla Rodrigues...
um abraço... e parabéns para vocês...
e para leitura: a coluna de Carla Rodrigues...
um abraço... e parabéns para vocês...
quinta-feira, março 04, 2004
bem... sabe como é... tenho um sério problema com sábado de manhã... é quase inexistente para mim... já que acabo desligando os motores e eles só funcionam depois do meio-dia... ótimo, nem tanto... pois há coisa que somente sábado de manhã você pode fazer... a manhã de sábado é um momento sagrado em que você guarda (e se guarda) para as atividades mais privadas... se sai de casa... é para fazer compras para casa... (é quando as Lojas de Materiais de Construção ficam mais lotadas que qualquer shopping)...
mas não adianta... o programa de sábado de manhã que mas me faz falta é ir ao Mercado Municipal fazer compras... porque lá você encontra de tudo, bom, fresco e com qualidade... e isso é essencial para fazer uma booooa comida...
e já vi que não será neste sábado que irei ao MM... pois sexta eu toco...
P.S.sss
Isso me recordou de um fato... de revirar aquele Mercado Municipal atrás de Baunilha... e as 16 horas... quando tudo está fechando... encontrar a bendita na última loja... tudo para fazer uma pannacotta como se deve...
e sim... baunilha é uma planta... e essência de baunilha não chega aos pés do perfume real desta planta... e cada astezinha de baunilha... na época, estava algo em torno de R$ 15,00!
baunilha
pannacotta
mas não adianta... o programa de sábado de manhã que mas me faz falta é ir ao Mercado Municipal fazer compras... porque lá você encontra de tudo, bom, fresco e com qualidade... e isso é essencial para fazer uma booooa comida...
e já vi que não será neste sábado que irei ao MM... pois sexta eu toco...
P.S.sss
Isso me recordou de um fato... de revirar aquele Mercado Municipal atrás de Baunilha... e as 16 horas... quando tudo está fechando... encontrar a bendita na última loja... tudo para fazer uma pannacotta como se deve...
e sim... baunilha é uma planta... e essência de baunilha não chega aos pés do perfume real desta planta... e cada astezinha de baunilha... na época, estava algo em torno de R$ 15,00!
baunilha
pannacotta
segunda-feira, março 01, 2004
espaguete + Lula + Curry
sim... esta foi a minha última experiência culinária... e como não estou com tempo de colocar dentro dos padrões de receitas... vou contar como fiz mesmo...
Primeiramente, compre a lula... óbvio... mas não pré-cozida... descongele por pelo menos 2 a 3 horas em temperatura ambiente (se comprou lula fresca... meus parabéns... você foi premiado!). Após descongelado, coloque por 20 minutos numa panela de pressão...
Com a lula cozida, transporte a água para a panela em que vai se fazer o macarrão e coloque a lula para descansar em outra tigela... coloque sal a gosto e deixe cozinhar um pouco sem o macarrão... transporte um pouco da água (com sal) para junto da lula... coloque o macarrão para "ferver"... ou pode fazer isso depois...
pode colocar mais sal na lula e pimenta branca...
bem... o molho: pique 3 dentes de alho... e bote para fritar no azeite de oliva... pode colocar uma quantidade considerável de azeite... quando o alho começar a dourar... coloque a lula com a água... mexa bem para que misture bem a água com o alho... pode por mais água enquanto for fritando a lula...
Bem, achando que a lula já fritou num bom ponto, coloque um pote de 500 g de nata (se quiser usar creme de leite, tudo bem... mas o melhor é nata, mesmo... o que pode ser difícil de encontrar)
misture bem a tudo... e comece a colocar o curry e mais sal... e vai dosando a gosto...
no fim... escorre o macarrão... e "frite-o" no molho... fazendo-o com que pegue bem o molho curry e a lula...
bem... foi mais ou menos assim... só sei que ficou 'supimpa'!!!
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post dedicado a Monica por me lembrar disto com suas receitas!
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