e sabe... ando aprendendo e revendo muitas coisas ultimamente... bem, começa que ela está estudando arte... os modernos e eu estou adorando... primeiramente porque adoro o modo que tudo passa pelo filtro dela... e que pessoas realmente e humildemente inteligentes sempre são agradáveis em quaisquer áreas... bem... mas de tudo que ela fala, muito aprendo e muito percebo como temos uma formação segmentada. Acaba que somos obrigados a segmentar o nosso estudo, há pouco tempo para o estudo. Você entra num curso de artes e já no segundo ano está mandando trabalho para salão de arte... você tem 4 anos para se formar, mas não forma o seu trabalho, ele está em constante formação... acontece que após 4 anos você tem que "vender o peixe"... o trabalho formado e tem que defendê-lo com unhas e dentes que aquilo é arte... é engraçado, mas em POA eu não vi isso... aqui em Curitiba e em Sampa sim... a arte está aí...
mas voltando um pouco... estou aprendento mesmo com ela, pois estou vendo muita coisa que somente passei por cima em meus estudos da minha formação. Ela fala de Kandinsky, Miró... o primeiro pouco estudei, o segundo nem liguei... importava-me ler mais sobre Mondrian e Malevich, importava-me mais Duchamp e Magritte, e assim vai... e logo você começa a estudar novos e deixa os outros para trás. Isso tem o seu lado bom, ficar preso demais a uma referência é você mesmo se acorrentar... referências antigas, então...
e acabei de me lembrar de um papo entre amigos... de uma estória que foi constatada... na realidade onde vivo, o que é mais lido é orelha de capa de livro... ninguém entende nada sobre os autores e assim mesmo passam para frente, lêem um capítulo e pronto, resolvido e entendidos sobre o assunto... e às vezes alguns temas também são levados assim... já viu muita gente querendo fazer um discurso artístico sobre a publicidade, mas nunca trabalhou numa agência e nem conhece o meio... portanto, discurso superficial... hoje em dia o que me deixa mais irritado é a dimensão institucional que ganhou o "espaço público". Todo mundo faz algo em público, mas geralmente pensando em fazer algo na rua... e nem é algo marginal, não... a intenção é aparecer pura-e-simplesmente... ser um pseudo-marginal... é aproveitar o novo-meio-linguístico-significativo que se tornou a rua! (leia-se ironicamente!)... mas sempre há uma cara institucional... e a instituição da arte por aqui é muito forte... mas olhe... irrita-me quando me falam em "fazer algo na rua", pura e simplesmente... o público, seja espaço, poder, pessoas, é um campo muito rico... e a ser respeitado...
e creio que estou sofrendo influências, ou de leituras como Arendt e Habermas, ou daquela mina lá... ou ambos, mas nunca pensei tanto na palavra ética!
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