sabe essa coisa do novo... isso muita vezes cansa... principalmente referente ao novo pelo novo. É de cansar essa estória da busca pelo novo... pelo novo mais novo que o novo... não há mais nenhuma ferramenta de análise... basta ser o novo do novo, novissimamente novo.. que isso é ser tudo... esse é o dilema do hype (lê-se ráipe).
Esse termo me lembra o termo yuppi... que nunca entendi muito bem... vai ver porque nunca morei em Nova York para saber... ou mesmo para ver uns protótipos em São Paulo, se é que existiram...
Mas no fim das contas... essa corrida pelo hype, pelo 'novo-do-novo-sendo-mais-novo-que-o-novíssimo' parece um exemplo clássico da era moderna!!! opa... outra grande palavra que acompanha o hype... é o moderno... quem nunca viu termos como 'que tal ouvir um som moderno?' 'somente som moderno'? etc.?
Volto a questão da era moderna, vendo características que perpetraram toda era da modernidade, nas artes até a década de 50 do século passado. O que mais vejo é uma idéia de negar o passado... o moderno já tem intríseco a negação do passado... o passado é limado por fatos específicos. Lembra-se do passado geralmente quando se pensa em vender o peixe. Algo que Greenberg fazia com Pollock... havia o novo em Pollock, mas Greenberg gostava mesmo de colocá-lo dentro de uma secessão de artistas que remontava ao renascimento... mas isso era na venda... porque os artistas tentaram reinventar a arte... negar seu passado e recriar novos conceitos... algo que a arte pós 60 ignora e volta-se ao passado...
quando vejo esse termo hype... vejo uma busca desesperada por não se sabe o que. A busca pela busca... isso faz sentido em alguns locais... mas somente neles. Porque o tempo que se disperdiça na busca da renovação constante faz-se com que perca a base dessa busca... o ponto de partida... onde tudo se inicia, a qualquer momento...
já quando vejo o termo moderno... principalmente 'som moderno'... vejo o passado se repetindo... vejo que o mundo que se situa fora do moderno (e que é um mundo bem grande) sendo ignorado... mas é esse mesmo mundo que que gera os 'modernismos'... esse mundo fora e a parte, onde tudo funciona com seus modos específicos e que nunca conseguimos compreender como um todo...
e no fim... não sou a favor e nem contra o moderno... confesso que essa coisa do hype me cansa prá caramba, mas mais o discurso do hype... que no fim é uma busca insensata que sempre ignora uma certa pluralidade cultural em prol sempre do novo-mais-novo-que-o-novo.
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